Márcio Cozatti - Advocacia

sábado, 5 de janeiro de 2013

Rede (social) de intrigas.


O facebook e as redes sociais em geral são terrenos férteis. Muito se diz, pouco se aproveita.

Grande parte das pessoas escrevem o que querem, sem qualquer pudor, sem medir consequências, sem sequer se importar se o que expressam, e da forma que expressam, atingira a honra objetiva e/ ou subjetiva das pessoas envolvidas, quer pessoas físicas ou jurídicas.

Tratam de assuntos que sequer lhe dizem respeito, opinam sobre tudo, mesmo sem qualquer convite para falar sobre o tema, tratam de assuntos que absolutamente desconhecem ou, conhecem parcialmente. Tudo aquilo que jamais tiveram coragem de dizer pessoalmente passa a ser dito pelas redes sociais, nesta espécie de armadura! Falsa armadura, diga-se!

E a avalanche de comentários desprovidos de bom senso se avolumam nos "grupos".

Essa armadura, lamentavelmente, no mais das vezes, esconde a incapacidade que muitos tem de se expressar corretamente. Por vezes, as ofensas não são dolosas, mas culposas na modalidade negligencia do vernáculo ... e depois, ah, depois, se desculpam numa indesculpável "desculpa". Depois de quebrado o vaso, ainda que colado todos os seus cacos, ele jamais será o mesmo vaso, senão com estrias e cicatrizes de um conserto mal sucedido.

Cito aqui o inigualável Fernando Pessoa:

"Não Digas Nada! Não digas nada! 
Nem mesmo a verdade 
Há tanta suavidade em nada se dizer 
E tudo se entender — 
Tudo metade 
De sentir e de ver... 
Não digas nada 
Deixa esquecer 

Talvez que amanhã 
Em outra paisagem 
Digas que foi vã 
Toda essa viagem 
Até onde quis 
Ser quem me agrada... 
Mas ali fui feliz 
Não digas nada". 
(Fernando Pessoa, in "Cancioneiro")

Portanto, um velho ditado se aplica as redes sociais, que tanta intriga causam: "se não tem nada de bom para dizer, nada diga".

Marcio Cozatti

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