SEÇÃO ESPECIAL DE JUSTIÇA
"Seção Especial de Justiça" (ou "Section spéciale" em francês) é um filme dirigido por Costa-Gavras que aborda eventos históricos reais relacionados à Segunda Guerra Mundial na França, durante o governo de Vichy. O filme retrata um episódio durante a ocupação nazista na França em 1941, e a implementação de tribunais especiais que julgavam pessoas acusadas de resistência à ocupação nazista. Dessa forma, alguns dos *princípios do direito violados* no contexto do filme são:
1. Princípio do Juiz Natural: Esse princípio garante que todo cidadão deve ser julgado por um juiz previamente investido no carto, e não por tribunais de exceção. No filme, o tribunal foi criado ad hoc, o que infringe esse princípio.
2. Princípio da Legalidade: Refere-se à aplicação de leis que já estavam em vigor no momento da prática do ato. No filme, as leis são modificadas e aplicadas retroativamente, o que contraria esse princípio.
3. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa: Os réus no filme são privados da possibilidade de se defender adequadamente, e as condenações são feitas de maneira sumária, sem um processo justo, sem direito a recurso contra a decisão.
4. Princípio da Imparcialidade do Juiz: Os juízes do tribunal são pressionados pelo governo colaboracionista a condenar os réus, o que viola a exigência de imparcialidade e independência do julgador.
5. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: Ao tratar os acusados como meros instrumentos de repressão política e não como indivíduos com direitos, o filme mostra a desconsideração desse princípio fundamental.
6. Princípio do Devido Processo Legal: O tribunal de exceção no filme viola o devido processo ao não observar regras processuais básicas e agir de forma arbitrária, sem respeito às garantias constitucionais.
7. Princípio da Presunção de Inocência: No filme, os acusados são tratados como culpados desde o início do processo, com o objetivo claro de condená-los, sem uma investigação imparcial ou a busca pela verdade dos fatos, a "verdade real".
8. Princípio da Motivação das Decisões Judiciais: As sentenças proferidas pelo tribunal especial não são fundamentadas de maneira adequada, sendo apenas uma formalidade para justificar a repressão política, o que viola o princípio que exige que toda decisão judicial seja devidamente motivada.
9. Princípio da Publicidade dos Atos Processuais: No filme, há uma falta de transparência no funcionamento do tribunal, com decisões sendo tomadas sob pressões políticas e sem o devido acesso público, o que infringe o princípio da publicidade, que garante que os processos judiciais sejam acessíveis e transparentes à sociedade.
10. Princípio da Proporcionalidade: As punições impostas aos réus no filme são desproporcionais em relação aos supostos crimes cometidos, sendo claramente destinadas a criar um efeito de intimidação, sem levar em consideração a gravidade ou as circunstâncias dos atos.
11. Princípio da Igualdade Processual: Os réus não têm acesso aos mesmos recursos e oportunidades de defesa que a acusação, o que gera uma desigualdade processual e fere o princípio da paridade de armas, que garante condições equitativas para ambas as partes no processo.
12. Princípio da Vedação ao Tribunal de Exceção: Além do princípio do juiz natural, a vedação à criação de tribunais de exceção é uma garantia de que a jurisdição será aplicada de maneira justa e impessoal. No filme, o tribunal especial foi criado com o único propósito de condenar opositores, violando diretamente essa vedação.
Essas são algumas das violações dos princípios processuais que podem ser identificadas no filme "Seção Especial de Justiça" à luz do direito processual brasileiro, destacando a importância desses princípios para a garantia de um processo legal justo, equitativo e transparente.
Essas violações dos princípios jurídico processuais, contribuíram para a realização de julgamentos injustos e arbitrários, onde o Direito não foi aplicada de maneira adequada e equitativa, refletindo as práticas autoritárias e opressivas da época.
As inobservâncias aos princípios reforçam a crítica do filme à manipulação do sistema judiciário em contextos autoritários, onde as leis e garantias processuais são distorcidas para fins de controle político e repressão.